Os passos lentos pelo corredor do antigo prédio administrativo na Av. Vile Roy anunciam a resiliência, o exemplo e a fé de Raquel.
Algumas pessoas passam pela vida como uma fagulha breve e efêmera, mas há pessoas que acendem lareiras em nossa vida e deixam o coração aquecido por muitos anos. D. Raquel é assim.
Pode ser idosa no corpo, mas sempre jovem na mente, eterna de espírito, e ainda carrega consigo o mapa da experiência por onde Deus permitiu que transitasse.
Quem já conversou longamente com ela saberá que ela ouve as nossas palavras e ouve os nossos silêncios, devolvendo-nos sempre oração e conselhos que servirão para o momento e para o resto da vida.
“Aldair, vamos ali orar por tal coisa” — era assim que ela me chamava para pausar a loucura do expediente e entrar no oratório do corredor, para apresentar um assunto ou alguém ao Deus criador e provedor.
Aqueles momentos de oração me ensinavam, faziam render o meu dia e transformavam pessoas e circunstâncias pelas quais orávamos. Sim, recebíamos respostas de orações, estas eram atendidas, mas não por causa da minha fé, claro.
Havia seus dias cinzentos, de choro e indignação? Sim, havia. Era dia de chorar junto, de abraçar, de dar uma palavra amiga. Logo ela estava recomposta, revigorada pelo bálsamo da oração.
D. Raquel sempre foi colaboradora fiel, diligente, mesmo com a dor das costas, a dor nos pés, a visão difícil, o peso dos anos, a preocupação com a família e a indignação com os políticos; ainda assim, trabalhava mais do que muitos jovens.
Ela sempre tinha um gesto simples, um conselho oportuno, um café de amizade, uma palavra que consolava e uma presença que não nos abandona.
Uma grande mulher? Não, nem ela concordaria em ser chamada “grande”, mas, sim, uma simples serva de Deus.
Se a fé de D. Raquel é viva, palpável e inspiradora, é porque tão somente mostra a luz do seu Senhor: Cristo!
Aldair Ribeiro dos Santos – Amigo, Técnico Judiciário, Pedagogo
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