
O Novembro Azul no Tribunal de Justiça de Roraima começou com uma conversa necessária e muitas vezes adiada. A Secretaria de Qualidade de Vida (SQV), em parceria com a Escola Judicial de Roraima (Ejurr), realizou a palestra “Saúde mental masculina: por que os homens cuidam menos de si?”. O encontro ocorreu na EJURR, no formato híbrido, com transmissão ao vivo pelo YouTube e recursos de acessibilidade em Libras.
A iniciativa integra as ações do Novembro Azul, campanha dedicada à conscientização sobre o cuidado integral da saúde do homem, com foco na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata, segundo tipo de câncer mais comum entre o público masculino. Quando identificado nos estágios iniciais, o índice de cura chega a 90%.
Conduzida pelo psicólogo e neuropsicólogo Itan Scheleder Fonseca, a palestra discutiu fatores culturais, emocionais e sociais que afastam os homens dos cuidados básicos com a própria saúde, tanto física quanto mental.
A secretária de Qualidade de Vida, Janaine Voltolini, destacou que o Novembro Azul é um convite para repensar hábitos e estimular o autocuidado entre os homens do TJRR.
“Essa campanha chama atenção para algo simples, mas essencial: o homem também precisa se olhar, se ouvir e procurar atendimento preventivo. Cuidar da saúde não pode ser um ato adiado. É uma atitude de responsabilidade consigo mesmo e com quem está ao seu redor.”
Para o especialista, a resistência masculina em buscar atendimento não ocorre apenas por desconhecimento, mas por uma construção cultural que associa autocuidado à fragilidade.
“Durante décadas, os homens foram ensinados a ignorar sinais de dor, evitar demonstrações emocionais e adiar consultas. Essa cultura impacta diretamente a qualidade de vida, a expectativa de vida e até o prognóstico de doenças graves”, explicou Fonseca.
Ao longo da apresentação, o psicólogo abordou temas como ansiedade, depressão, uso de substâncias, dificuldade em estabelecer vínculos afetivos e a importância das redes de apoio. Ele lembrou que muitos sintomas físicos, como dores crônicas, distúrbios do sono e enxaquecas, são agravados pela saúde mental negligenciada.
O neuropsicólogo destacou que prevenção é um ato de responsabilidade e maturidade.
“Cuidar da saúde não diminui ninguém. É um gesto de força. O homem que se cuida vive mais, convive melhor e se torna um exemplo para quem está à sua volta.”
A atividade também abriu espaço para perguntas presenciais e online, abordando temas como fé e vulnerabilidade emocional, tabus em torno do exame de próstata, masculinidade tóxica e os efeitos do álcool no bem-estar mental. O público participou ativamente, compartilhando experiências pessoais e evidenciando a importância de romper o silêncio que ainda envolve a saúde masculina.

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Texto:Mairon Compagnon - Jornalista
Fotos: Ejurr/TJRR
NOVEMBRO/2025 – NUCRI/TJRR


