
A música acalma, liberta, transforma e transporta. É capaz de afetar emoções, humor e memória, além de gerar prazer, bem-estar e até reduzir o estresse e a dor, favorecendo a concentração e fortalecendo a identidade individual e coletiva.
Com esse potencial, uma série de atividades culturais foi realizada no Centro Socioeducativo (CSE) nesta sexta-feira (26), por meio do projeto Minha Voz é Minha Força. A ação contou com a parceria do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF/TJRR), da Biblioteca Judiciária do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) — por meio do Projeto Leitura Abre Portas — e da Secretaria do Estado e Bem-Estar Social (Setrabes), que certificará os adolescentes participantes.
A programação começou com um Pocket Show de abertura, reunindo talentos locais e representantes da cena urbana roraimense: MC Samuel José Perez (José Passos), MC Rafaela Pinheiro Souza (Rafah Black) e a dupla de produtores Emerson Costa e João Fellipe de Morais (Caboco Beats), do duo Oroboroduo.

Em seguida, os adolescentes participaram de oficinas práticas de hip-hop, com rimas, batidas e criação musical. As atividades foram participativas e reflexivas, estimulando a criatividade, a convivência e a construção de narrativas próprias.
A iniciativa teve recurso da Lei Aldir Blanc, a partir da articulação do TJRR com os artistas locais. O objetivo foi incentivar habilidades, proporcionar novas vivências culturais e contribuir para a reinserção social de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, por meio de oficinas de escrita e ritmos.
A servidora do GMF, Débora Nóbrega, destacou que a proposta vai além do caráter pedagógico:
“Estamos agregando novos desafios ao socioeducativo, colocando a cultura como parte fundamental desse processo. A ideia é que esses adolescentes desenvolvam habilidades, descubram coisas novas e façam dessa vivência uma construção da sua própria história de vida.”
A oficina de ritmos foi conduzida pelo produtor cultural Emerson Costa, integrante do projeto.
“Acreditamos muito na função social da arte. Trazer o hip-hop para cá é dar oportunidade para que esses jovens, em condição de vulnerabilidade, conheçam a produção musical, a rima, o beat e possam se empoderar. Queremos que cada um deles saia daqui acreditando que sua voz é sua força, capaz de construir um futuro melhor.”
A bibliotecária do TJRR, Madrice Cunha, ressaltou que a música é também um direito cultural, abrindo portas para a leitura, a literatura e a reflexão social.
“Música é cultura, e aqui ela se torna uma forma de aprendizado. Com a oficina, esses adolescentes têm contato com leitura, interpretação e contextos sociais que podem marcar suas vidas. O Tribunal de Justiça, por meio do projeto Leitura Abre Portas, é parceiro dessa ação justamente por entender a importância de garantir o direito à cultura.”

Já a coordenadora de Cultura do CSE, Alessandra Denz, destacou que trazer o hip-hop para dentro da unidade significa dialogar diretamente com a identidade desses jovens.
“A maioria dos meninos aqui vem da periferia, onde o hip-hop é uma expressão viva das desigualdades, das angústias e também dos sonhos. Por isso, é fundamental que eles tenham acesso a atividades artísticas que conversem com sua realidade e lhes deem novas formas de se expressar.”
A atividade contou com a participação de 30 adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no CSE, entre homens e mulheres, realizada em dois turnos, manhã e tarde, reforçando a aposta na cultura como ferramenta de transformação social.
A matéria possui três fotos. A seguir a descrição na ordem de publicação:
Foto 1: Foto colorida mostra mostra dois jovens interagindo com equipamentos de produção musical sobre uma mesa de cor turquesa. As mãos deles estão posicionadas sobre um toca-discos com um vinil azul. Ao lado, há um teclado com botões iluminados, um laptop aberto, uma caixa de som e uma interface de áudio vermelha com vários cabos conectados.
Foto 2: Foto colorida mostra uma mulher de óculos, vestindo blusa estampada azul e calça jeans, falando ao microfone em um palco de auditório. Atrás dela, há uma mesa com toalha e equipamentos, onde quatro jovens (dois homens e duas mulheres) se preparam para atividades culturais. Um dos rapazes veste camiseta com estampa de arte religiosa. Ao fundo, adolescentes com camisetas brancas do sistema socioeducativo assistem sentados em cadeiras plásticas brancas. Os rostos dos adolescentes foram desfocados para preservar suas identidades.
Foto 3: Foto colorida mostra homens adultos à frente de uma sala de aula, em pé diante de uma mesa com equipamentos de produção musical, como teclado, caixas de som e notebook. Um deles, de camiseta bege, fala gesticulando com as mãos, enquanto o outro, de camiseta laranja, observa. Ao fundo, há uma televisão com a imagem de uma floresta exibida como plano de fundo. Sentados, vários jovens com camisetas brancas d. Os rostos dos adolescentes estão desfocados para preservar a identidade.
Texto: Mairon Compagnon - Jornalista / Wesley Vieira - Estagiário de Jornalismo
Fotos: NUCRI/TJRR
SETEMBRO/2025 - NUCRI/TJRR
Fotos: NUCRI/TJRR
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