O encontro “Direitos das Mulheres no Brasil” reuniu brasileiras e migrantes, fortalecendo a acessibilidade e a conscientização sobre enfrentamento à violência

Dar voz a quem se comunica em silêncio. Garantir escuta a quem, por meio de gestos, pede apoio, mas encontra barreiras para se expressar. Foi com esse propósito de acolher e fortalecer a comunidade surda que o Tribunal de Justiça de Roraima, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid/TJRR), em parceria com o Projeto “Mujeres: Sinais de Alerta”, promoveu o evento “Ellas para Ellas – Direitos da Mulheres no Brasil”.
A ação aconteceu na última sexta-feira, 22 de agosto, na Casa da Mulher Brasileira, integrando a programação da 30ª Semana da Justiça pela Paz em Casa. A iniciativa, voltada especialmente a comunidade surda, contou com uma visita guiada às instalações, para apresentar os serviços e instituições que atuam no apoio às mulheres em situação de violência.

Também foi realizada uma mesa-redonda com a presença da juíza Titular do 1º Juizado de Violência Doméstica e coordenadora da Cevid, Suelen Alves, a delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), Clarissa Pinheiro e o Defensor Público, Wallace Rodrigues.
Para que o público presente pudesse acompanhar tudo o que estava sendo dito pelos palestrantes, o evento contou com tradução simultânea para Libras (Língua Brasileira de Sinais) e Língua de Sinais Venezuelana (LSV), além de Libras Tátil, possibilitando que uma cidadã surda com baixa visão acompanhasse o evento.

A juíza Suelen Alves ressaltou que o evento representou um momento único ao garantir às mulheres surdas a oportunidade de serem ouvidas e compreendidas.
“Foi um evento muito emocionante, no qual a gente pôde reunir mulheres, migrantes e brasileiras, que têm essa dificuldade na fala, em serem entendidas, e a gente pôde aqui trazer um momento, uma roda de conversa, trazendo as garantias de direitos, trazendo as informações necessárias a elas, tudo com muita paciência, com muito amor, e foi um momento muito bonito”.

A magistrada também parabenizou a Corte de Justiça roraimense por ser o único Tribunal de Justiça por incluir intérpretes da Língua de Sinais Venezuelana, assegurando o acesso de mulheres migrantes ao Judiciário.
“Quero parabenizar o Tribunal de Justiça de Roraima pela iniciativa inovadora de incluir a Língua de Sinais Venezuelana, permitindo a real compreensão e acolhimento dessas pessoas. Encerramos a Semana da Justiça pela Paz em Casa com chave de ouro, em um evento verdadeiramente inclusivo”.
A representante do projeto Mujeres: Sinais de Alerta, vencedor da 3ª Edição do Selo Mulheres Seguras, realizado pela Cevid, Thaisy Bentes, afirmou que a ação buscou dar visibilidade à comunidade surda e empoderar mulheres surdas.
“Esse foi um momento ímpar, porque conseguimos reunir duas comunidades: as mulheres surdas do Brasil e da Venezuela, e também pessoas ouvintes que integram a comunidade surda. Ficamos muito felizes com a parceria com o Tribunal de Justiça, em alusão também ao Agosto Lilás. O projeto faz parte de um movimento de empoderamento das mulheres surdas, para dar visibilidade à comunidade e enfrentar as dificuldades, principalmente linguísticas, que elas encontram para acessar um tema tão importante quanto o enfrentamento à violência”.

Também foram parceiros da ação do Colectivo MigranSor – grupo autogerido por migrantes surdos venezuelanos radicados em Roraima, com apoio da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e do programa MiSordo.
A matéria possui cinco imagens. A seguir a descrição na ordem de publicação:
Foto 1: Foto colorida mostra uma palestra realizada em auditório. O público é composto majoritariamente por mulheres, que assistem à apresentação de um grupo posicionado à frente. No palco, há três pessoas sentadas e quatro em pé, sendo duas intérpretes de linguagem de sinal — uma à esquerda, interpretando em Libras e outra à direita da imagem, interpretando em LSV.
Foto 2: Foto colorida mostra um grupo de mulheres sentadas em cadeiras, participando de uma palestra em ambiente interno. Elas mantêm as mãos erguidas como um gesto de palmas em língua de sinais. A plateia é composta por mulheres de diferentes idades e tons de pele, vestindo roupas casuais e coloridas.
Foto 3: Foto colorida mostra duas mulheres sentadas de frente uma para a outra, durante a realização de libras tatil. À esquerda, uma mulher idosa de pele clara e cabelos grisalhos veste uma túnica estampada em amarelo e preto com padrão étnico. À direita, uma mulher de pele mais escura e cabelos presos segura com as duas mãos os braços da senhora, mantendo contato visual e expressão serena. Ambas estão com os olhos semicerrados.
Foto 4: Foto colorida mostra um auditório com cadeiras dispostas em semicírculo, onde um público diverso acompanha uma roda de conversa com quatro pessoas sentadas à frente. Da esquerda para a direita estão, a delegada, Clarissa Pinheiro, a juíza Suelen Alves, a representante do projeto Mujeres: Sinais de Alerta, Thaisy Bentes e o Defensor Público, Wallace Rodrigues. Em pé, à direita está o intereprete de Libras e a esquerda o interprete de LSV.
Foto 5: Foto colorida mostra um grupo diverso de 37 pessoas posando para uma foto coletiva.
Texto: Mairon Compagnon - Jornalista
Fotos: NUCRI/TJRR
AGOSTO/2025 - NUCRI/TJRR
Fotos: NUCRI/TJRR
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