A ação é realizada pelo Tribunal de Justiça de Roraima, em parceria com os Cartórios do 1º e 2º Ofícios de Boa Vista, a Operação Acolhida coordenada pelo Exército Brasileiro e também Acnur
Fotos: Fernando Ismaylli

Cerimônia teve bolo e muita emoção por parte dos casais que puderam realizar o sonho do casamento
Com direito a bolo e vestido de noiva, 101 casais de imigrantes oficializaram a união por meio do primeiro casamento coletivo organizado pela Justiça Itinerante do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima). A cerimônia iniciou as 9h30 e ocorreu no Abrigo Rondon I, localizado na avenida General Sampaio, bairro 13 de Setembro, em Boa Vista.
A fisioterapeuta venezuelana, Flor Rojas, de 41 anos, já vive com o marido, o chefe de cozinha Rami Abou Aboud, de 43 anos, há cinco anos, porém só puderam ter a oportunidade de formalizar agora, por meio do casamento coletivo. Para eles é o começo de uma vida nova. “É um país que tem nos dado muita oportunidade. Desde que chegamos aqui percebemos que o Brasil estava nos esperando de coração aberto”, disse a noiva.

O marido de Flor tem o mesmo sentimento. “Representa felicidades para nós. Este país nos abriu as portas, agora é seguir em frente em busca de novas oportunidades”, disse o chefe de cozinha, feliz ao formalizar a união em território brasileiro.
Uma história que começou pelo por um aplicativo de mensagens também terminou em casamento. É o caso da atendente de restaurante, a brasileira Eli Aparecida Reis dos Santos, de 36 anos, e do chapeiro, Jhowar Skevin, de 27 anos. Os dois já estão juntos há cinco anos. “É uma oportunidade única, pois já vínhamos tentando há algum tempo, mas agora conseguimos por meio desse trabalho da Justiça Itinerante”, disse emocionada a noiva.

O juiz titular da Vara da Justiça Itinerante do Tribunal de Justiça, Erick Linhares, destaca que trata-se do mesmo serviço que é prestado aos brasileiros, porém adaptados para a realidade dos abrigos.
“Não há necessidade de tradutores, pois nossa equipe fala o idioma [espanhol] e todo procedimento é simplificado para atendê-los. O trabalho vem sendo executado desde o ano passado. Já realizamos mais de 600 atendimentos, 500 uniões estáveis e pela primeira vez estamos realizando casamentos com os imigrantes”, explicou o juiz.
Mas todo esse trabalho não seria possível sem as parcerias. Trabalham em conjunto com a Justiça Itinerante do Poder Judiciário, os Cartórios do 1º e 2º Ofícios de Boa Vista, a Operação Acolhida coordenada pelo Exército Brasileiro e também Acnur em Roraima (Agência da ONU [Organização das Nações Unidas] para Refugiados).
O tabelião do Cartório do 1º Oficio em Boa Vista, Joziel Loureiro, disse que essa parceria é um serviço social, em as instituições abrem as portas para aqueles que necessitam. “Decidimos abraçar essa causa até para facilitar a interiorização dessas famílias. Para que elas tenham o vínculo familiar reconhecido. Hoje eles não vão só assinar um papel, eles estão tendo o direito reconhecido”, comentou.

Todos os serviços e atendimentos da Justiça Itinerante são gratuitos e direcionados a população em geral, seja composta por brasileiros ou estrangeiros. O calendário completo dos atendimentos e a localização de onde vão ocorrer para o primeiro e segundo semestre, pode ser consultado no endereço eletrônico: http://www.tjrr.jus.br/files/pdfs/2019/02-fev/20190213_Calendario_VJI-2019__1o_e_2o_Semestres.pdf.








Foto: Nucri
Objetivo é oferecer acompanhamento terapêutico às mulheres em situação de violência doméstica, com medidas protetivas deferidas pelos Juizados de Violência Doméstica de Boa Vista
Nesta sexta-feira, dia 15, a partir das 16 horas, no Fórum Criminal Ministro Evandro Lins e Silva, no bairro Caranã, serão retomadas as atividades do Grupo Terapêutico Ponto de Equilíbrio “Elas”, uma iniciativa do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima), por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, em parceria com a Faculdade Cathedral de Roraima. Esta é a 4° etapa do projeto e os encontros estão programados para todas as sextas-feiras, das 16h às 17 horas.
O objetivo é oferecer acompanhamento terapêutico às mulheres em situação de violência doméstica, com medidas protetivas deferidas pelos Juizados de Violência Doméstica de Boa Vista.
A psicóloga e coordenadora do Grupo Terapêutico, Cássia Nathalia Dias, destacou a relevância da terapia para mulheres em situação de violência doméstica e vulnerabilidade.
“A Terapia de Grupo auxilia na superação de dificuldades pessoais por meio do contato e compartilhamento desses problemas com o outro. Por meio das trocas é possível se sentir mais forte e ter uma percepção diferente da problemática vivenciada. Para a mulher que é vítima de violência doméstica é possível observar ao longo do processo, o resgate de sua autoestima, reconhecimento de suas qualidades, assertividade, e resiliência” explicou.
Na última terça-feira, dia 12, Coordenadoria Estadual de Violência Doméstica do TJRR realizou capacitação sobre a temática para as estagiárias do curso de psicologia que atuarão no projeto.
“O estágio oportuniza a vivência da prática profissional antecipada, permitindo a construção de conhecimentos técnicos, culturais, científicos, éticos e humanos. É um período de absorção, elaboração e aprofundamento do conhecimento em ambiente real de trabalho, com a finalidade de vislumbrar possibilidades de contribuição frente aos desafios”, observou Cássia.
INICIATIVA - O projeto, que começou no 2° semestre de 2017, já realizou 27 encontros, com uma média de seis a oito participantes. A equipe que conduz as atividades do grupo é composta pela psicóloga e coordenadora do grupo, e estagiarias do curso de Psicologia da Cathedral.
Este é mais um serviço ofertado pela Coordenadoria Estadual de Violência Doméstica, preconizado pela Lei Maria da Penha, que atua também com projetos no campo preventivo e punitivo por meio de parcerias, com destaque para o projeto “Maria Vai à Escola”, que promove ações de prevenção com crianças, e o programa “Patrulha Maria da Penha”, que acompanha e fiscaliza Medidas Protetivas de Urgência.